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DESPEJO

deslocamentos. lugar de escuta. outros espaços.  outros corpos.  cidades nada. des.construção dialógica. vazio dentro-fora. quarto distrito. despejo. corpo abjeto.

 

“Aqui tudo parece

Que era ainda construção

E já é ruína

Tudo é menino, menina

No olho da rua

O asfalto, a ponte, o viaduto

Ganindo prá lua

Nada continua…”

-Caetano Veloso-


Em setembro de 2017 realizei uma residência artística na cidade de Berlin. No encerramento deste período caminhei no bairro de Prenzlauerberg até o Volkspark para falar da situação em que artist-run-spaces e galerias estão sofrendo pelo mundo, especialmente nas cidades de Berlin e Porto Alegre, sofrendo com toda a população destas regiões o processo de gentrificação. Lá deixei voar a palavra art em 50 balões  negros a perder de vista. Parte de uma roupa criada a partir das telas de proteção das construções, muito presente em grandes empredimentos causados especulação imobiliária. 

 

Após  caminhadas e exaustivas práticas errantes pelo 4º distrito entre janeiro a março de 2018, uma memória afetiva (re)volta. Ao vagar pelas ruas desta região da cidade, o trabalho e a situação dos bairros em que fiz minha residência em Berlin voltam em mim incessantemente. Este fenômeno que faz parte do processo civilizatório, que é de lá, que é daqui, que são as cidades, me atravessa. A fotoperformance que apresento aqui é um desdobramento sobre o assunto.

Berlin a cidade em obra constante. Porto Alegre, o interior do Brasil, a eterna obra inacabada. Uma cidade sendo costurada. A outra, retalhada. Despejo exercício em processo afetado  pelo conceito operacional da gentrificação.

O trabalho foi mostrado na exposição Café com Sal, curadoria de Tetê Barachini, no espaço Planta Baja em Porto Alegre e na exposição AORISTA, curadoria de Francisco Dalcol colado pelas ruas em formato Lambe-lambe e também dentro da galeria ECARTA.

Fotografia

Dimensões: 173cm x 300 cm

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